quinta-feira, 11 de abril de 2013

Governo anuncia R$ 7 bi para incentivar produção nacional de remédios


O governo federal lançou nesta quinta-feira (11) um pacote de incentivos, incluindo parcerias e financiamentos de R$ 7 bilhões, para incentivar a produção nacional de medicamentos e equipamentos para a área de saúde.
As 63 parcerias, envolvendo 15 laboratórios públicos e 35 privados, devem ampliar o atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), além de garantir a produção nacional de 61 medicamentos e seis equipamentos. A expectativa do Ministério da Saúde é que isso resulte numa economia anual aproximada de R$ 2,5 bilhões para a pasta.
Para ampliar a produção de medicamentos no país, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a renovação do Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Complexo Industrial da Saúde (Profarma), com orçamento de R$ 5 bilhões. O plano, que tem vigência até 2017 e está na sua terceira fase, inclui o subprograma para a área de biotecnologia.
O Ministério da Saúde também fará seleção pública de planos de negócio de empresas com projetos de medicamentos biológicos, que tratam doenças como câncer e artrite, que terá recursos de R$ 2 bilhões.
O programa foi lançado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com presenças dos ministros Alexandre Padilha (Saúde) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e do presidente do BNDES, Luciano Coutinho.

Ford reforça fábrica da Argentina para trazer novo Focus ao Brasil


A Ford da Argentina planeja investir cerca de 1 bilhão de pesos (US$ 195 milhões ou quase R$ 400 milhões) para ampliar a capacidade de produção do novo Focus, informou o Ministério da Indústria da Argentina. A medida deve ser relacionada ao lançamento da nova geração do hatch no Brasil, que pode acontecer até o final deste ano. Nesta semana, uma unidade em testes no interior de São Paulo revelou como será o interior do carro.
O investimento será na fábrica de General Pacheco, na província de Buenos Aires. A capacidade da fábrica aumentará 19% e 300 novos empregos serão criados, informou o governo argentino. A expansão vai concluir o plano de investimento de 2,71 bilhões de pesos da Ford na Argentina entre 2011 e 2014.
"A produção de uma segunda plataforma global na fábrica de Pacheco mostra a relevância da Argentina no plano global da Ford", disse o presidente da montadora no país, Enrique Alemañy. Outro modelo global da Ford feito na Argentina é a picape média Ranger.
No final de março, a Ford anunciou o início da produção do compacto premium Fiesta no Brasil, projeto em que a companhia investiu R$ 800 milhões para ajudar a triplicar suas vendas no segmento até o fim de 2014.

Governo quer discutir no Senado troca de benefício para aposentado


Dizendo que a medida terá impacto ainda desconhecido nas contas da Previdência, a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) afirmou nesta quinta-feira (11) que o governo pode orientar a base aliada a apresentar recursos ao projeto que permite ao aposentado que ainda trabalha trocar de benefício para receber um valor mais alto.

Também conhecida como "desaposentação", a proposta exige a renúncia do benefício da aposentadoria da Previdência por parte do segurado para receber um valor maior do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

O texto foi aprovado ontem em caráter terminativo pela CAS (Comissão de Assuntos Sociais) do Senado e, caso nenhum parlamentar apresente recurso para votá-lo no plenário, ele seguirá diretamente para análise da Câmara.


Para a ministra, ainda há tempo para "puxar" a discussão para o plenário do Senado. "Em primeiro lugar, esta aprovação ainda poderá ter recurso ao plenário e nós estamos ainda dentro do prazo para que isso aconteça", disse Ideli após participar da convenção do PP (Partido Progressista) em Brasília.

Apesar de dizer que ainda não sabe estimar o tamanho do impacto orçamentário da medida, Ideli disse que as consequências deverão ser avaliadas.

"Todo o debate será feito durante a tramitação porque obviamente este procedimento terá impacto --e não será pequeno-- em termo de gastos, de despesas da Previdência. Portanto, terá que ser avaliado de forma muito clara com suas consequências", disse.

QUEM TEM DIREITO

Segundo ela, o governo acompanhará de "forma mais atenta" a discussão da matéria no Congresso.

Pelo texto, o aposentado que continua trabalhando pode renunciar o benefício a qualquer tempo e solicitar uma nova aposentadoria --o que pode lhe garantir um pagamento maior, devido ao fator previdenciário (índice que reduz a aposentadoria de quem se aposenta cedo).

A regra vale para trabalhadores que se aposentarem por tempo de contribuição, por idade ou nos casos de aposentadoria especial --válido para quem trabalhou em condições prejudiciais à saúde ou à integridade física.

O projeto determina o recálculo da aposentadoria considerando todo o tempo de trabalho do segurado --somando tanto o tempo usado na primeira aposentadoria quanto aquele após a concessão do primeiro benefício--, assim como direito ao cálculo de nova renda mensal.

EXEMPLO

Um trabalhador que se aposentou com 35 anos de contribuição e 60 de idade em janeiro de 2010, com média salarial de R$ 1.000, por exemplo, recebeu uma aposentadoria de cerca de R$ 874. Considerando os reajustes, teria hoje um benefício de R$ 1.016.

Se deixasse para se aposentar hoje --com mais três anos de contribuição e de idade--, e se sua média salarial continuasse em R$ 1.000, o benefício seria de R$ 1.083 --maior que a média salarial porque, com mais tempo de contribuição, o fator previdenciário seria positivo.

Se o mesmo trabalhador tivesse reajustes salariais idênticos aos concedidos pelo INSS, sua média salarial seria de quase R$ 1.200. Caso pedisse hoje a aposentadoria, nessas condições --média salarial de R$ 1.200, 38 anos de contribuição e 63 de idade-- seu benefício seria de cerca de R$ R$ 1.300.

O projeto prevê que o aposentado que ainda trabalha tenha direito a um recálculo do benefício considerando as novas contribuições. No exemplo acima, a aposentadoria subiria de R$ 1.016 para R$ 1.300.

SEM DEVOLUÇÃO

Ao renunciar ao benefício, segundo o projeto, não será exigido ao trabalhador a devolução aos cofres públicos dos valores recebidos no período em que ficou aposentado.

Autor original do projeto, o senador Paulo Paim (PT-RS) não deixava clara no texto a determinação para a manutenção do benefício no período em que o trabalhador ficou aposentado. Autor da nova versão aprovada, o senador Paulo Davim (PV-RN) mudou o texto para impedir a perda.

Davim disse que a regra da "desaposentadoria" já vale para os servidores públicos, prevista pelo Regimento Jurídico Único dos servidores --por isso tem que ser estendida a todos os trabalhadores brasileiros.

"Atualmente, como a legislação previdenciária não prevê a possibilidade de renúncia do benefício, as agências do INSS se recusam a processar os pedidos de renúncia da aposentadoria. Assim, o segurado que hoje pretenda renunciar sua aposentadoria para, em seguida, obtê-la de novo, em valor mais alto, deve recorrer à Justiça", disse o senador.

FATOR PREVIDENCIÁRIO

Davim afirmou que os pedidos de "desaposentadoria" cresceram a partir de 1999, quando o governo implementou o fator previdenciário para inibir aposentadorias precoces --o que reduziu o valor do benefício para trabalhadores que se aposentam com menor idade, independentemente do tempo de contribuição.

"Não há impedimento para que o segurado que continue a contribuir para o sistema formule requerimento de nova aposentadoria, que lhe seja mais vantajosa", disse Davim.