Correia é categórico ao afirmar que as mudanças não estão em adequação com a lei de licitação nº 8666. “O Tribunal de Contas da União pode interferir, uma vez que não se cumpriu o prazo de tempo mínimo de divulgação das novas regras de energia eólica. Nosso estado tem imenso potencial e sem participação neste leilão a Bahia pode perder R$ 2 bilhões em investimentos”, reclama o secretário.
Também procurada, a EPE se manifestou por meio de e-mail, salientando que as alterações foram realizadas pela ANEEL, a partir da publicação da resolução 391/2009. “Para os leilões deste ano, as condições de participação de empresas e projetos no certame foram definidas em portaria expedida pelo Ministério de Minas e Energia em janeiro último. Quaisquer alterações nas regras e determinações ali contidas - inclusive quanto ao prazo de cadastramento - terão de ser alteradas em nova portaria do Ministério”, diz a nota.
Atualmente, existem protocolados com o Governo do Estado investimentos superiores a R$ 20 bilhões, com expectativas de criação de cerca de três mil empregos diretos ainda este ano. A expectativa de investimentos é tão grande que uma parte do tradicional Polo Industrial de Camaçari está sendo destinada para a implantação da cadeia de energia eólica.
Com 18 projetos contratados em 2009, e mais 16 em 2010, a Bahia vai oferecer uma potência de 977,7 MW já nos próximos anos. Seis empresas sagraram-se vencedoras no certame, além de duas fábricas de aero geradores que também se encontram em implantação no estado. No total, a perspectiva é que hoje existam mais de 20 mil MW em prospecção no estado, cerca de duas vezes a atual capacidade instalada existente, distribuídas por quase duas dezenas de empresas.
O potencial eólico da Bahia tem chamado atenção de empresas de peso tais como a Desenvix, responsável pela implantação do Complexo Eólico em Brotas de Macaúbas, a usina Novo Horizonte, primeira do Complexo a ficar pronta, está com 60% das obras adiantadas. As outras duas, situadas em Seabra e Macaúbas, têm previsão para entrar em operação nos meses de julho e agosto.
O Complexo Eólico, que foi vencedor do leilão realizado pela ANEEL, em dezembro de 2009, recebeu incentivos fiscais concedidos pelo Governo Estadual. O empreendimento possui a Licença de Instalação, que é a segunda fase do licenciamento ambiental, quando são analisados e aprovados os projetos executivos.
A Alstom, fornecedora dos equipamentos da Desenvix, em breve vai fabricar aerogeradores na Bahia.
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