A roda de ciranda
reúne a luta e as conquistas de mulheres acostumadas com uma história que
parecia ter sempre o mesmo ritmo. Unidas, hoje são as Mulheres de Fibra, uma
cooperativa de produtoras rurais, que envolve 350 mulheres de 10 municípios.
Elas produzem artesanato e comidinhas gostosas. Se organizam em grupos e uma vez por mês se reúnem na sede em Feira de Santana para discutir os rumos da rede, como elas chamam a cooperativa. Águida Oliveira, de 55 anos, é fundadora, responsável por um dos grupos e explica que homem não entra na rede, apesar de não ter nada contra eles. Mas conquistar toda essa autoridade não foi fácil, convencer os companheiros então...
A rede de mulheres criou mais de 50 produtos, entre artesanato e alimentos, e está conseguindo aumentar a renda de cada uma com matéria-prima que sempre fez parte da rotina delas, mas que nunca resultou em bons salários ou orgulho. Até que elas perceberam que ali por perto havia tudo o que elas precisavam para mudar. A maioria das mulheres vive na região conhecida como o território do sisal.
Santaluz, a 73 quilômetros de Serrinha, é um dos municípios que empregam muitas trabalhadoras do sisal e que fazem parte da rede. O sisal é uma planta de origem mexicana, que se deu muito bem no sertão baiano e rende boa fibra. Ele é usado na fabricação, principalmente, de tapetes.
Depois que a palha é cortada, a planta rebrota naturalmente e as mulheres enfrentam com o facão afiado, uma vida que para muitas não foi uma escolha.
Elas produzem artesanato e comidinhas gostosas. Se organizam em grupos e uma vez por mês se reúnem na sede em Feira de Santana para discutir os rumos da rede, como elas chamam a cooperativa. Águida Oliveira, de 55 anos, é fundadora, responsável por um dos grupos e explica que homem não entra na rede, apesar de não ter nada contra eles. Mas conquistar toda essa autoridade não foi fácil, convencer os companheiros então...
A rede de mulheres criou mais de 50 produtos, entre artesanato e alimentos, e está conseguindo aumentar a renda de cada uma com matéria-prima que sempre fez parte da rotina delas, mas que nunca resultou em bons salários ou orgulho. Até que elas perceberam que ali por perto havia tudo o que elas precisavam para mudar. A maioria das mulheres vive na região conhecida como o território do sisal.
Santaluz, a 73 quilômetros de Serrinha, é um dos municípios que empregam muitas trabalhadoras do sisal e que fazem parte da rede. O sisal é uma planta de origem mexicana, que se deu muito bem no sertão baiano e rende boa fibra. Ele é usado na fabricação, principalmente, de tapetes.
Depois que a palha é cortada, a planta rebrota naturalmente e as mulheres enfrentam com o facão afiado, uma vida que para muitas não foi uma escolha.
O corte do sisal é um trabalho tradicional na região, mas paga-se
pouco por isso. Para conseguir R$ 60 por semana, cada mulher precisa produzir
mil quilos de sisal, o que significa que elas precisam encher o lombo do jegue
80 vezes. Na hora de fazer arte com a fibra do sisal, as mulheres deixam o
campo. Sentadas, agora bem mais descontraídas, elas reservam um dia da semana
para o artesanato e fazem tudo com o fio da planta que colheram e ajudaram a
beneficiar.
Glória Maria do Carmo acha que vale a pena dedicar um dia ao artesanato. "Antes não dava nem para fazer uma feira, comprar uma roupa para um filho e agora já ajuda bastante", conta. Além do sisal, as mulheres resolveram aproveitar uma outra riqueza da região: as frutas. Muitas são nativas, como o umbu.
A colheita das frutas é feita também em grupo, nas terras de proprietários que dão permissão para a atividade sem cobrar por isso. A casa onde as polpas são preparadas é alugada. A cooperativa vende os produtos para a merenda de escolas do município e do estado e assim consegue renda extra durante quase o ano todo.
Nas feiras, o que faz sucesso é o beiju, feito com a fécula da mandioca. O trabalho é feito nas casas de farinha e rende R$ 12 por um dia inteiro na raspagem da mandioca. O beiju pode ser doce ou salgado e é vendido até por R$ 2, dependendo do recheio. Para montar as cozinhas, comprar equipamentos e material, a rede conseguiu financiamento através de linhas de crédito de programas sociais e recebe ajuda administrativa de uma ong, o MOC, Movimento de Organização Comunitária, que é muito atuante no fortalecimento da agricultura familiar do semiárido baiano. O objetivo é tornar as mulheres cada vez mais independentes.
Somando o salário do corte do sisal, da raspagem da mandioca, da venda do artesanato e dos alimentos, elas estão tirando de meio a um salário mínimo. Pode parecer pouco, mas muitas vezes é o dobro do que elas ganhavam antes. No fim do dia, as mulheres voltam para as comunidades onde moram e mostram o quanto a renda extra da cooperativa está fazendo a diferença.
Na casa de Maria da Paz e de todas as outras mulheres da rede, de mãos dadas, elas vão mudando o ritmo da ciranda. (G1)
Glória Maria do Carmo acha que vale a pena dedicar um dia ao artesanato. "Antes não dava nem para fazer uma feira, comprar uma roupa para um filho e agora já ajuda bastante", conta. Além do sisal, as mulheres resolveram aproveitar uma outra riqueza da região: as frutas. Muitas são nativas, como o umbu.
A colheita das frutas é feita também em grupo, nas terras de proprietários que dão permissão para a atividade sem cobrar por isso. A casa onde as polpas são preparadas é alugada. A cooperativa vende os produtos para a merenda de escolas do município e do estado e assim consegue renda extra durante quase o ano todo.
Nas feiras, o que faz sucesso é o beiju, feito com a fécula da mandioca. O trabalho é feito nas casas de farinha e rende R$ 12 por um dia inteiro na raspagem da mandioca. O beiju pode ser doce ou salgado e é vendido até por R$ 2, dependendo do recheio. Para montar as cozinhas, comprar equipamentos e material, a rede conseguiu financiamento através de linhas de crédito de programas sociais e recebe ajuda administrativa de uma ong, o MOC, Movimento de Organização Comunitária, que é muito atuante no fortalecimento da agricultura familiar do semiárido baiano. O objetivo é tornar as mulheres cada vez mais independentes.
Somando o salário do corte do sisal, da raspagem da mandioca, da venda do artesanato e dos alimentos, elas estão tirando de meio a um salário mínimo. Pode parecer pouco, mas muitas vezes é o dobro do que elas ganhavam antes. No fim do dia, as mulheres voltam para as comunidades onde moram e mostram o quanto a renda extra da cooperativa está fazendo a diferença.
Na casa de Maria da Paz e de todas as outras mulheres da rede, de mãos dadas, elas vão mudando o ritmo da ciranda. (G1)
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